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14.12.14

Caracol, caracol... põe os pauzinhos ao sol...

Em Lisboa há Ruas e Avenidas. Largos e Praças. Becos. Travessas. Azinhagas. Calçadas e Calçadinhas. Escadas e Escadinhas. Rampa. Alto. Campo. Regueirão e Boqueirão.
Mas, que se saiba, há apenas um Caracol.
Já houve dois. Ou três... Mas isso, é outra história...









(hmmmm... talvez não)


3 comments:

Aguiar dos Santos said...

Foi no dia 17/08/1945 que no nº. 4A das Escadinhas do Caracol da Graça que nasceu e se desenvolveu um puto, filho da D. Leontina e do Carlos Calmeirão, que juntamente com outros putos da época (o Fanã, o Eduardo Geada, o Nito, o Ramiro, o Alfredo, o Narciso, o Sete-Sete, a Graziela, a Gabriela, a Mila, a São e outros) frequentaram a Igreja da Graça e poliram, ao longo dos anos, as pedras das ruas dos Lagares, Graça, Voz do Operário, Calçadas, Vielas e Largos circundantes. Esse Puto SOU EU que fiquei conhecido nas noites lisboetas e do País por AGUIAR DOS SANTOS.

Ricardo Moreira said...

Para além das ruas, venidas, largos, praças, becos, travessas, azinhagas, calçadas, calçadinhas, escadas, escadinhas, rampa, alto, campo, regueirão, boqueirão e este caracol, ainda há uma Triste-feia.

Mário Marzagão said...

Caro Ricardo Moreira, tem toda a razão.
A Triste Feia fica na Freguesia dos Prazeres, na confluência da Rua Maria Pia, Rua da Costa e Rua Prior do Crato. E há-de merecer entrada aqui no blogue, no "post" da Toponímia ("Topónimos Tópicos e Típicos").
Mas então, o que é ? é uma Triste ? é uma Feia ?
Segundo Norberto Araújo, esta era a designação popular desta artéria que foi depois municipalizada e que evoca a moradia nesta ladeira de uma rapariga pouco favorecida pela beleza.
É um topónimo antigo cuja data de atribuição se desconhece.
Citando Appio Sottomayor na sua comunicação às 3ªs Jornadas de Toponímia de Lisboa, "A Toponímia das Ruas que o não são":
*** quote
E ficou para o fim aquela rua sem indicação de rua que tomo como a mais reveladora da delicada poesia natural que brotava de quem punha nomes aos sítios lisboetas. Fica esta em Alcântara, paredes meias com a estação de Alcântara Terra e é irmã siamesa da Rua da Costa. Chama-se, muito singelamente, Triste Feia. O nome desencantado teve, no entanto, honras de citação pelo poeta António Nobre, quando este escreveu: 'Ó Lisboa das ruas misteriosas! // da Triste Feia, de João de Deus, // Beco da Índia, Rua das Formosas, // Beco do Fala-Só (os versos meus...)'.
Da mulher que foi a Triste Feia não se sabe o nome exacto nem, rigorosamente, o tempo em que viveu. O que se sabe ao certo é que foi o povo, foram os seus vizinhos quem imortalizou as suas características. Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando: 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'. Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade. Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos. Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade. Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente. O certo é que morreu - e ninguém a esqueceu. Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora. E Triste Feia se manteve até hoje, sem o designativo de rua que não precisa.
*** unquote
Ainda assim, tenho de manter a minha lista tal-qual. porque a Triste Feia é... nada. É "uma rua sem indicação de rua".
Um abraço, Amigo Ricardo Moreira. Volte sempre.

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