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11.1.16

Portas-te mal, vais para Rilhafoles

(bibliografia)

Antigo convento dos padres de S. Vicente de Paulo, o edifício do século XVIII então conhecido por Convento de Rilhafoles foi utilizado em 1829 para alojar a recém-fundada Missão de Portugal da Companhia de Jesus. No seguimento do decreto de extinção das ordens religiosas (1834), funcionou aí o Colégio Militar.
Foi transformado em hospital para doentes mentais por ordem do marechal Duque de Saldanha, que aí fundou o Hospital de Alienados de Rilhafoles em 1848.






Dentro de Rilhafoles, são notáveis o edifício oitocentista do Balneário, destinado a inovadores banhos terapêuticos  (construção romântica eclética revivalista, de desenho elegante e fachada decorada com azulejos), bem como o Pavilhão de Segurança da 8ª enfermaria de homens, igualmente oitocentista, de planta circular concordante com as teorias mais visionárias da época para o alojamento e vigilância de populações reclusas.










O Pavilhão de Segurança, da autoria do arquitecto José Maria Nepomuceno, fica afastado do resto do conjunto hospitalar e é composto por pequenos quartos contíguos para um ou dois pacientes, voltados para um largo pátio interior ajardinado, e com janelas para o exterior. Nas duas extermidades de um eixo transversal poente-nascente ficam os corpos rectangulares do Refeitório e da Sala de Reuniões, e a entrada no complexo faz-se através de um edifício rectangular de maiores dimensões, adossado a sul, onde funcionava a enfermaria. De notar o facto de não existirem arestas marcadas em qualquer elemento da contrução. Todos os cantos e arestas do edifício, incluíndo ombreiras de portas e janelas e bancos de pedra, são arredondados.
Este é um dos poucos edifícios circulares panópticos do mundo, antecipando muitas soluções fomais do design industrial e da arquitectura dos anos 20 e 30 do século XX.










Presentemente, o Hospital de Rilhafoles toma o seu nome actual em homenagem ao Dr. Miguel Bombarda, ilustre médico e director da instituição, activista do movimento do 5 de Outubro de 1910, assassinado por um doente na véspera dos eventos.
A controvérsia nasce no facto de o assassino ser um militar de alta patente, convicto monárquico, que não estava internado no Hospital mas solicitou uma consulta externa, tendo esta sido efectuada pelo próprio Director do Hospital em consideração da importância do doente.

 O Gabinete original, local do assassinato do Dr. Miguel Bombarda

O Hospital Miguel Bombarda vai ser (já foi) desactivado. O Balneário oitocentista, o Pavilhão de Segurança, o Museu e o espólio do Convento estão em risco de ser deglutidos em mais um vórtice imobiliário. Antes que os vejamos embrulhados num "Condomínio Fechado de Rilhafoles", é tempo de apreciar tudo ainda mais uma vez.

2.1.16

Topónimos tópicos e típicos

Rua da Cruz de Santa Apolónia (freg. Santa Engrácia): Em 1859 existiam três Ruas da Cruz que passaram a ser identificadas por Rua da Cruz dos Poiais, da Carreira e de Santa Apolónia. Segundo Norberto Araújo: “Pois estamos no alto da Calçada de Santa Apolónia; sai-nos, agora, à esquerda, a velha Rua da Cruz, que leva à Rua do Mirante. Era esta artéria, que se continuava da Calçada da Cruz da Pedra por Santa Clara e Paraíso, para a Porta da Cruz, uma das importantes entradas de Lisboa aberta na muralha de D. Fernando. Esta Rua da Cruz de Santa Apolónia do lado norte oferece o aspecto característico das edificações modestas do século XIX”.
Corredor da Torrinha (freg. Santos-o-Velho): O Corredor da Torrinha é o prolongamento natural da Travessa José António Pereira. J.A.Pereira mandou erigir na Rua das Janelas Verdes o Palacete Pombal, mais tarde denominado Palacete Burguês, cujas traseiras se constituem nestas travessas antigas. Os terraços do palacete foram colocados sobre um aterro e são ligados por passagens apoiadas em arcaria, sob as quais passam as travessas atrás mencionadas, incluindo o Corredor da Torrinha.
De notar que este arruamento tem a distinção de ser o único identificado como “Corredor” na toponímia de Lisboa.


Beco do Almotacé (freg. São Miguel): Na Planta Topográfica de Lisboa de 1909, encontra-se identificado nesta área um Pátio do Almotacé. O topónimo “almotacé” insere-se na antiga tradição popular de designar os arruamentos pelos mesteres neles exercidos ou por serem local de residência de determinados funcionários. O almotacé, ou almotacel, era o oficial dos municípios que tinha a seu cargo cuidar da igualdade de pesos e medidas e de taxar os mantimentos, ou por vezes distribuí-los em tempos de escassez. Existiu também o posto de almotacé da limpeza, encarregue da salubridade pública.

Beco do Forno do Sol (freg. Graça): Este Beco que vai da Rua do Sol à Graça até à Vila Berta, denominava-se Beco do Forno até o edital de 1859 lhe acrescentar a referência à artéria onde nasce.
Em 14 de Dezembro de 1908, Joaquim Francisco Tojal recebeu a escritura de autorização para construção de um prédio com serventia pela Travessa da Pereira e Beco do Forno, local que corresponde à actual Vila Berta.


Beco da Galheta (freg. Santos-o-Velho): Em 1943, a Comissão de Toponímia determinou a alteração deste topónimo de Galheta para Calheta, o que nunca se efectivou. Na sua obra “Ruas de Lisboa: Notas Para a História das Vias Públicas Lisbonenses”, Gomes de Brito sustenta que, junto à actual Avenida 24 de Julho, no então denominado Aterro da Boavista, existia na praia uma depressão, ou corredor, onde era o cais de José António Pereira, a que se chamava Corredor da Calheta.
Calheta significa "pequeno boqueirão ou enseada onde podem embicar embarcações".


Travessa da Horta Navia (freg. Prazeres): Esta artéria, que nasce na Rua Maria Pia e corre paralela à linha férrea, é uma memória do sítio da Horta Navia, cuja primeira menção data do tempo de D. Afonso II (1211 – 1223) no rol das propriedades que a Ordem de Santiago possuía.   Nos séculos XVI e XVII já aparecem descrições que dão conta do local ser uma horta que atraía os lisboetas nas horas de ócio, e é aceitável supor que no início do século XIX o topónimo se expandiu nas terras que da margem esquerda da Ribeira de Alcântara subiam para montante.
Como Travessa da Horta Navia a primeira referência aparece na planta nº 39 do Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, de 1856.


Triste-Feia (freg. Prazeres): Segundo Norberto de Araújo, esta era a designação popular que evoca a morada nesta ladeira de uma rapariga pouco favorecida pela beleza.   É um topónimo muito antigo, cuja data de atribuição se desconhece.
Citando Appio Sottomayor em "A Toponímia das Ruas que o não são":
"E ficou para o fim aquela rua sem indicação de rua que tomo como a mais reveladora da delicada poesia natural que brotava de quem punha nomes aos sítios lisboetas.   Fica esta em Alcântara, paredes meias com a estação de Alcântara Terra, e é irmã siamesa da Rua da Costa.   Chama-se, muito singelamente, 'Triste-Feia'.   Da mulher que foi a Triste-Feia não se sabe nem o nome exacto nem a época em que viveu.   O que se sabe ao certo é que foram os seus vizinhos quem imortalizou as suas características.   Diz a tradição que ali moraram três irmãs, sendo duas delas raparigas normais e com o viço próprio dos verdes anos; a terceira, porém, possuía feições tão pouco agradáveis à vista que os rapazes que passavam em busca de conversadas fugiam comentando: 'que focinho de porca!', 'que medonha seresma!'.
Claro que as irmãs casaram e ela ficou sozinha, vendo chegar a velhice e agravar-se a fealdade.   Mas, ao que rezam as crónicas, a simpatia nada tinha a ver com os atributos físicos.   Assim, muita gente vencia a relutância por um ser tão feio e conseguia entabular conversa e até quase travar amizade.   Mas a vida da pobre era passada quase sempre sentada à sua porta, numa melancolia doente.   O certo é que morreu, mas ninguém a esqueceu.   Ficou o sítio conhecido pelos desagradáveis atributos da mais notável moradora.   E 'Triste-Feia' se manteve até hoje, sem o designativo de rua que não precisa."


Beco dos Agulheiros (freg. São Vicente de Fora): "Aparece assim denominado pela primeira vez em 1696 e chega até ao terremoto de 1755. Ficava junto do antigo largo do Poço da Foteia, situado, mais ou menos, no sítio onde corre a actual rua de S. Julião, entre as da Prata e dos Fanqueiros. Parece que a este beco dos Agulheiros, também deram o nome de S. João, forma de designar que aparece já em 1677. Teriam estado neste beco as carniçarias dos judeus. Hoje há um beco dos Agulheiros na parte da freguesia da Graça que pertenceu à extinta freguesia de Santa Marinha. Faz a comunicação entre o largo de Santa Marinha e o beco dos Loios e é já citado em 1712" ( Luís Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés-a-Lés", vol.I, pag. 68).

Beco dos Beguinhos (freg. São Vicente de Fora): Topónimo muito antigo, o Beco dos Beguinhos surge cartografado no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de 1858 (Filipe Folque), mas já existia na Freguesia de S. Vicente antes do Terramoto de 1755. Era então denominado Beco dos Beguinos.
Dos vários sentidos da palavra “Beguino”, destaca-se o de "converso, devoto, beato", não sendo de pôr de parte o facto de ter existido uma seita religiosa com este nome, considerada herética no século XIII, cujos seguidores foram excomungados pelo Concílio de Viena de 1312, e perseguidos pela Inquisição, principalmente na França e na Alemanha, devido ao seu espírito livre, anti-dogmático e pelos seus costumes, à época considerados dissolutos. Contestados também em Portugal, a palavra teve durante algum tempo a conotação de "hipócrita".
Gomes de Brito escreve que a origem do beco estará em Biguinos, por corruptela Beguinos e depois Beguinhos, pobres pedintes, penitentes, sem ligação a nenhum voto. Já em 1565, segundo um códice do arquivo camarário, aí residiria um tal Luiz Begino, ou Beguino, assim chamado por tal ser o seu apelido, ou estado.
Travessa dos Brunos (freg. Prazeres): A origem deste topónimo reside no facto de no século XVII os cartuxos de S. Bruno terem aqui uma capela e serem proprietários de umas casas.   D. Jerónimo de Ataíde, bispo de Viseu e capelão-mor de Filipe II empenhou-se em estabelecer os brunos em Lisboa, após a sua fundação em Évora. Fez a proposta ao capítulo geral e este autorizou o prior, D. Luís Telmo, da Cartuxa de Évora, a aceitar umas casas na Pampulha, oferecidas pelo bispo. Pelo facto destas casas serem acanhadas e não terem conseguido a necessária ampliação, instalaram-se em 1598 na quinta de Laveiras, na Rua da Palmeira, antiga estrada do Salitre (Norberto de Araújo, "Peregrinações em Lisboa").

Rua do Possolo (freg. Lapa / Prazeres): Neste arruamento viveu a Família Possolo, ricos negociantes Italianos do Século XVII ( antepassados do olisipógrafo Gustavo de Matos Sequeira ) e que ali possuiam no n. 121 o Palácio dos Possolos, com suas oito verandas e seu portal bransonado de pátio (Norberto de Araújo, "Peregrinações em Lisboa", vol. III).
Rua da Metade (freg. São José): Esta rua já existia em 1755, sendo citada pelo padre João Baptista de Castro que nessa altura compunha o seu Mapa de Portugal. Originalmente, chamava-se Rua da Ametade.
Escadinhas das Escolas Gerais (freg. Santo Estevão): "Ao Bairro dos Escolares chamaríamos hoje Bairro Universitário. As Escolas Gerais ou Estudos Gerais são a Universidade, transferida definitivamente para Coimbra em tempo de El-Rei D. João III (1537). Na Lisboa de hoje existem duas serventias públicas com nomes determinados pelo Estudo fundado por El-Rei D. Dinis: as Escolas Gerais, artéria inclassificada que pertenceu às antigas freguesias de Santa Marinha e de S. Vicente, que a compartilhavam, e a Rua das Escolas Gerais que pertenceu à antiga freguesia de S. Tomé, e durante algum tempo, pelo menos, também à do Salvador." (Luís Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés a Lés", vol. II).

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Boqueirão do Duro (freg. São Paulo): "Estende-se no chão vizinho ao antigo Cais do Tojo e no sítio da velha marinha da Boa Vista. O Boqueirão do Duro só aparece com este nome depois do incêndio que houve no Cais do Tojo em 1821" (Luís Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés-a-Lés", vol. III)).
Travessa do Cais do Tojo (freg. São Paulo): A Travessa do Cais do Tojo foi assim designada em 1889. Existiram em Lisboa inúmeros cais, alguns dos quais ainda sobrevivem, cujos nomes se referiam aos produtos que aí aportavam. O tojo, planta arbustiva da família das leguminosas, era usado como cama para gado, estrume ou combustível.
A 4.ª Companhia de Infantaria da Guarda Real da Polícia tinha um posto no Cais do Tojo, que sofreu um incêndio em 1821. 
Travessa dos Barbadinhos (freg. Santos-o-Velho): "À esquina desta Travessa, vês uns balneários municipais, construídos há poucos anos. Assentam em restos de casas que haviam sido do Convento de Nª Senhora da Porciúncula, dos barbadinhos franceses, construído, em 1648, em terrenos cedidos pelos Duques de Aveiro, grandes senhores do sítio. Depois de 1834 instalou-se no antigo edifício conventual um dos Asilos da Infância Desvalida; sobreveio um incêndio em 27 de Outubro de 1837 e tudo foi reduzido a cinzas” (Norberto de Araújo, “Peregrinações em Lisboa”).
“Os frades Barbadinhos Franceses tinham casa em Lisboa na actual Rua da Esperança, no sítio onde faz esquina com a Travessa dos Barbadinhos. Assim os chamavam porque todos usavam barba e para que o seu nome de outras línguas (Cappuccini, Capucins, Capuchinos, Kapuziner) não se confundisse com a nossa forma carinhosa de designar os Capuchos em Portugal. Foi D. João IV que lhes deu licença para se instalarem em Lisboa. Em 7 de Junho de 1833, o Padre Paterno que já não tinha consigo nenhum barbadinho morreu vitimado pela cólera que então grassava em Lisboa e em Novembro seguinte a Casa dos Barbadinhos Franceses foi oficialmente suprimida." ("Dicionário da História de Lisboa")

Cruzes da Sé (freg. Sé): Foi fixada na memória de Lisboa em data que se desconhece. Contudo, já aparece referida num livro de óbitos de 1690. Terá sido arruamento onde se fixaram tintureiros.
Calçadinha da Figueira (freg. São Miguel): O topónimo “figueira” insere-se na antiga tradição popular de denominar os locais indo buscar a sua identidade às disposições dos terrenos ou do local, às circunstâncias naturais, à fauna ou à flora. Ligados a esta tradição, existem entre outros em Alfama os topónimos Beco das Canas ou do Azinhal. A Calçadinha da Figueira, identificada como Calçada da Figueira, consta do levantamento dos arruamentos da cidade datado de 1858, conduzido por Filipe Folque.

Rua do Guarda-Mor (freg. Santos-o-Velho): A Rua do Guarda-Mor é uma artéria seiscentista que já em 1565 aparece referida no “Livro do Lançamento” como Rua do Guarda-Mor da Alfândega.
O topónimo perpetua na toponímia o guarda-mor da Alfândega que nessa época era o fidalgo da Casa Real, Manuel de Sande, que ali tinhas suas casas. Este arruamento acolheu em 1783 a Enfermaria dos Holandeses.
Rua do Saco (freg. Pena): Topónimo antiquíssimo. Já em 1552, na Estatística de João Brandão, era assinalada a existência de uma Rua do Saco, serventia que não tinha saída e que justamente por isso se denominava "do Saco".

Rua do Castelo Picão (freg. São Miguel): "A rua do Arco de São Francisco deveria ter sido a travessa de Dona Helena, apontada em 1554 e traçada no sítio do Castelo Picão" (Luís Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés a Lés", vol. I).



Beco da Bicha (freg. São Miguel): Desconhece-se a origem do topónimo deste Beco, embora com segurança se saiba que já aparecia nos registos paroquiais anteriores ao Terramoto, como "Beco da Bixa".
Beco do Mexias (freg. Santo Estevão): Entre o Largo do Chafariz de Dentro e a Rua de S. Miguel situa-se o Beco do Mexia. "O dístico deveria ser emendando, tirando-se o "s" final pois Mexia é apelido de família antiga" (Gomes de Brito). Este beco inspirou a cantiga do poeta popular Frederico de Brito:
A nossa rua é estreitinha, // tua casa é rente à minha, // mas a distância é tão pouca // que p'ra beijar-te à noitinha // basta só estender a boca.

A Rua dos Fanqueiros começou por se chamar Rua Nova da Princesa, depois de aberta no período pós-terramoto. Nela se fixaram desde então (e por força da mesma disposição legal) os mercadores de fancaria, lençaria e alguns de quinquilharia. Certamente por isso, o povo começou a chamar àquela artéria de Rua Nova dos Fanqueiros - e a designação acabou por se fixar oficialmente, depois de proclamada a República. É ainda a mais pombalina das ruas principais da Baixa, tal como foi pensada pelo Engenheiro Eugénio dos Santos. Basta ver como se conserva ainda alguns átrios de escadas, alguns arcos de volta inteira nos interiores, alguns registos de azulejos, até mesmo os locais mais ou menos disfarçados, de antigos poços. (in Ruas de Lisboa com Alguma História)

Largo do Mitelo (freg. Pena): Refere-se ao desembargador Alexandre Metelo de Sousa Menezes (1687-1766) que faleceu no seu palácio erguido neste largo, e por corruptela se transformou em Mitelo.
No mesmo palácio moraram o Conde da Lapa e o Marquês de Pomares, que foi Presidente da Câmara de Lisboa. A ermida do palácio do desembargador Metelo também foi o local de acolhimento do Santíssimo Sacramento da Igreja dos Anjos após 1755 e até à reconstrução do templo.

O Beco dos Paus e o Beco das Mil Patacas são topónimos da freguesia de Santo Estevão cuja origem se perde na bruma dos tempos.
Beco do Outeirinho da Amendoeira (freg. Santo Estevão): Este arruamento que se desdobra em escadas da Rua do Vigário ao Beco dos Paus, será antigo na toponímia lisboeta. De acordo com Luís Pastor de Macedo, "o outeiro que no diminutivo originou o nome deste beco, supomos vê-lo num documento do ano de 1465: '… a Johane anes almocreue e assua molher Catarina aluarez moradores em a dicta cidade [de Lisboa] na freguesia santo steuam emprazaromlhes huma casa térrea q elles [os Clérigos Ricos] han hu chamam o outeiro hu esta ho hulmeiro com huu quintall q tem diante e huua palmeira e huua parreira'". Nas plantas da freguesias após a remodelação paroquial de 1780 já aparece em Santo Estêvão "o becco intitullado o Outeiro da Amendoeira".

Travessa das Isabéis (freg. Santos-o-Velho): "Deve ser numa destas casas que existiu um Recolhimento de Izabel da Hungria, fundado nos fins do século XVI por D. Izabel de Jesus, ou já no cômeço do século XVII; desta circunstância, talvez, adveio às Recolhidas o nome de 'Izabéis', que passou a designar a Travessa, se é que a origem não é, preferivelmente, a que resulta do que passo a dizer-te."(Norberto de Araújo, "Peregrinações de Lisboa", Vol X)
Rua da Bempostinha (freg. Pena): "Em Dezembro de 1705 achava-se a rainha D. Catarina da Grã-Bretanha gravemente enferma no Paço da Bemposta. A essa doença da real Senhora liga-se a seguinte tradição, que alguns repetem: diz-se que foi causa de se abrir a serventia pública chamada hoje Bempostinha. Tudo isso é lenda. Um documento de 1673 fala já da Bemposta pequena, muito antes que a Rainha aí habitasse, e vinte anos antes que chegasse a Lisboa".
A Bemposta Pequena só aparece nos registos paroquiais da freguesia dos Anjos em 1682, e a denominação de Rua da Bempostinha só em 1707. Um e outro nome serviram para designar esta artéria até aos fins do século XIX. Ora a Rua da Bempostinha chamava-se então de S. Boaventura. E temos assim duas serventias com o mesmo nome. Pelo menos é isto que se pode deduzir, sem que no entanto nos demos por satisfeitos. O que já fica averiguado é que a Rua da Bempostinha, ou parte dela, já existia muito antes, pois em 1611 já se fazia um reconhecimento de foro imposto numas casas situadas naquela rua." (Luís Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés-a-Lés", vol. II)
 
Beco do Belo (freg. Santo Estevão): Topónimo de origem desconhecida. 
Beco das Atafonas (freg. Santo Estevão): Já mencionado em 1712. "atafona" é uma palavra de origem árabe que significa moinho que funciona sem vento nem água, mas é antes impulsionado por homens ou por bestas. Em Lisboa, as atafonas deram origem a 5 topónimos que chegaram até à actualidade, a saber, um largo e um beco da Atafona e ainda, um beco, uma rua e uma travessa das Atafonas e por vezes, também resultaram do facto de atafoneiros serem moradores destes arruamentos.

Escadinhas dos Remédios (freg. Santo Estevão): O arruamento faz referência à ermida de Nossa Senhora dos Remédios. Esta ermida chamou-se do Espírito Santo. "Nesta Ermida do Espírito Santo havia um poço, onde certo dia apareceu uma imagem de Nossa Senhora, a qual apesar de ser tirada da água, vinha enxuta em sua pintura e tecido. Milagre foi! E acorriam os pescadores e famílias a implorar à Virgem remédio a seus males, e Nossa Senhora os curava. Daí a receber a imagem a invocação de Nossa Senhora dos Remédios foi um salto.” (Norberto de Araújo, "Peregrinações de Lisboa", Vol X) 
Largo das Alcaçarias (freg. São Miguel): Era o Novo Largo, junto à Travessa do Terreiro do Trigo. O termo "Alqaysariyya" tem diversos significados: bazar, praça pública onde se faz o mercado, edificio quadrado em forma de claustro, etc. Os árabes derivam o vocábulo do nome Caiçar (César), dizendo que foi este imperador que mandou edificar estas casas no Oriente. Alcaçarias significariam então, Casa Nobre, Praça, Mercado Real.



Beco do Alfurja (freg. Santo Estevão): Este beco tem um aspecto de funil, que calha com a origem árabe da palavra Alfurja, que significa rua estreita, entre casas, onde se lançam os despejos ou o pátio mais interior da casa, descoberto e onde se despejam as águas da cozinha. Já Cristóvão Rodrigues de Oliveira, no seu Sumário de 1551, referenciava esta artéria como "Alfungera".
Beco de Maria da Guerra (freg. Santo Estevão): Este beco já aparece nas plantas da freguesia de Santo Estêvão após a remodelação paroquial de 1780 embora se desconheça quem tenha sido a figura que a artéria guardou na memória. Aliás, Luís Pastor de Macedo não concorda com a curiosidade de Gomes de Brito que para o efeito chegou a referir uma Maria da Guerra, mãe do poeta Gregório de Matos Guerra que vivia na Baía em 1630 e até apontou como mais plausível uma Maria da Guerra mencionada na freguesia da Sé em 1651.

Rua da Galé (freg. São Miguel): Topónimo de origem desconhecida.
Rua da Adiça (freg. São Miguel): A Rua da Adiça (que significa "mina") estaria relacionada com uma mina escavada pelos sitiantes, aquando da tomada de Lisboa aos Mouros por Dom Afonso Henriques. Esta mina, escavada por baixo da Cerca Moura, foi cheia de lenha a qual ateada provocou a derrocada da muralha e facilitou o acesso ao seu interior.
Pastor de Macedo afirma que o arruamento já se encontra com este nome em 1470 e Gomes de Brito escreve que o arruamento, na Estatística de 1552, aparece com o nome de Rua da Driça.
Outra interpretação sustenta que o termo "Adiça" provém de "Addica", vocábulo árabe que designa uma espécie de junco comestível pelos cavalos e utilizável em cordoaria.
Travessa da Boa-Hora (freg. Encarnação): Esta artéria do seiscentista Bairro Alto de S. Roque, conforme conta Luís Pastor de Macedo («Lisboa de Lés-a-Lés»), «Nos meados do século XVI, esta (com mais probabilidades) ou a Travessa da Água da Flor seria a 'traveça q vay da portaria de san roq pª a rua datalaia'. Em 1649 aparece pela primeira vez a Travessa da Boa-Hora e o Sítio de Nossa Senhora da Boa-Hora (...) Depois, até hoje, a travessa manteve sempre o mesmo nome.»
A sua designação, segundo Norberto Araújo ("Peregrinações em Lisboa"), deriva "de uma Ermida de N. Senhora da Conceição e da Boa Hora que existiu à esquina da Rua da Rosa; o seu local perdeu-se".

Rua da Atalaia (freg. Encarnação):
Topónimo de origem desconhecida.
 
Calçada do Cabra (freg. Santa Catarina): Segundo Júlio de Castilho, na sua obra "Lisboa Antiga - O Bairro Alto": “Por aí, era no século XVIII, sabe Deus desde quando, a Horta do Cabra. Hoje a Travessa da Horta, comunicando a do Areu com a dos Cardais (modernamente denominada Eduardo Coelho) é o vestígio derradeiro do campo de nabiças e feijoais do antigo Cabra, sujeito cuja personalidade se sumiu na voragem dos Invernos”.
Travessa dos Inglesinhos (freg. Encarnação): O topónimo surge da existência no local do Colégio de São Paulo e São Pedro, conhecido como “Inglesinhos”. Foi erguido em terras doadas por D. Pedro Coutinho, entre 1632 e 1644. Danificado pelo terramoto de 1755, foi reconstruído com a traça actual.
Travessa das Inglesinhas (freg. Santos-o-Novo): O Convento das Inglesinhas foi fundado por 15 religiosas inglesas da Ordem de Santa Brígida que, fugindo à perseguição no seu país, chegaram a Lisboa em 4 de Maio de 1594, sendo recolhidas no Convento da Esperança. Foram-lhe dadas casas no sítio do Mocambo e, após incêndio das mesmas, foi lançada a primeira pedra no novo edifício em 2 de Outubro de 1651. Diz Gonzaga Pereira que se situava “dentro de hum pateo, guarnecido de arvoredos sombrios”.

Rua do Capelão (freg. Socorro): Já em 1551 existia a Rua do Capelão, tal como a Rua da Mouraria, a dos Cavaleiros, a do João do Outeiro e a da Amendoeira. Segundo Norberto de Araújo, "o nome advém de um oratório armado numa parede, com frente à rua, e que merecia a maior devoção aos habitantes do sítio; às tardes, a população reunia-se, e rezava em conjunto deante da imagem".


Rua do Merca-tudo (freg. São Paulo): "Esta rua tirava origem de um opulento mercador do século XVI, Afonso Alves, que, por entrar em mil negócios rendosos e comprar a torto e a direito, mereceu a alcunha de Merca-tudo, que se lhe tornou apelido. Esse homem instituiu capela no próximo convento da Esperança.   E, tendo casado nobremente a sua herdeira com um Andrade da antiga Casa da Torre da Sanha, veio mais tarde a ser administrador da dita capela (assim como de outros vínculos), o estadista, diplomata e muito erudito escritor, João de Andrade Corvo.” (Pastor de Macedo, "Lisboa de Lés-a-Lés" vol.IV) 

Travessa do Sequeiro (freg. São Paulo): Este arruamento tem escadinhas que facilitam a circulação após o aluimento do Alto das Chagas ocorrido em 1597. Dados os topónimos agrícolas na zona é provável que a origem deste perpetue a memória do local já que nas descrições anteriores ao Terramoto aparece o sítio do Sequeiro das Chagas e quase no seguimento desta Travessa existiu uma Travessa do Sequeiro das Chagas que por Edital municipal de 20/08/1926 passou a denominar-se Travessa de Guilherme Cossoul.
Rua da Horta Sêca (freg. Encarnação): "A Rua das Flores já existia antes do Terramoto, no troço até à Rua do Ataíde, ambas seiscentistas. E de igual modo existia a Rua da Horta Sêca, designação que, tal como a das Flores e a das Parreiras (sôbre a qual assentou a Rua da Emenda), evocam os tempos de quinhentos em que por aqui eram quintas e chãos rústicos da herdade de Santa Catarina." (Norberto de Araújo, "Peregrinações em Lisboa")

Travessa da Condessa do Rio (freg. Santa Catarina): Esta Travessa (também se chamou do Conde Rio) deve o seu nome a D. Antónia Maria de Sá Barreto, Condessa do Rio Grande por seu casamento com Lopo Furtado de Mendonça; morou nesta rua, onde faleceu com 90 anos em 20 de Agosto de 1759. O palácio foi provavelmente o nº1 a 11 da Travessa. (Norberto de Araújo, "Peregrinações em Lisboa")

(sinceramente!...)
Jardim das Pichas Murchas (freg. S.Vicente): Neste local, os idosos do Bairro têm o hábito de se reunir para jogar às cartas. O topónimo, certamente inventado pela miudagem, acabou por pegar.

Travessa do Fala-Só (freg. São José): Desde meados do séc. XIX que aparecem registos do Beco do Falá- Só, tendo a sua promoção a Travessa sido oficializado em Edital municipal  de 29-11-1877. O "Fala-Só" era, certamente, algum morador que teria aquela alcunha.

Rua da Correnteza de Baixo (freg. Prazeres): Em 1857, este arruamento chamava-se Beco da Correnteza. Em 1909 já é identificado como Rua da Correnteza. Este topónimo estará relacionado com as várias “correntezas” de casas existentes junto à Calçada das Necessidades.
Rua das Farinhas (freg. São Cristovão e São Lourenço):
Este topónimo foi fixado na Lisboa seiscentista e consta já no "Sumário de Lisboa" editado em 1551.

Rua do Cura (freg. Santos-o-Velho): É um topónimo que já existia antes do Terramoto, consta da “Descripção corographica das parrochias da cidade de Lisboa com os lemites, ruas, becos, e traveças, q’cada hua dellas tinha antes do terramoto de 1. de Novembro de 1755; e também com o numero de fogos, q’.nellas existião” (Francisco Santana, “Lisboa na 2ª Metade do Séc. XVIII (Plantas e Descrições das suas Freguesias)“)
Travessa das Terras do Monte (freg. Anjos e Graça): A antiga Calçada do Monte, junto à Igreja do Largo do Monte, é a "resultante de um caminho ou vereda que nos séculos velhos dividia a Cerca do Convento da Graça da encosta poente do Monte de S. Gens. A Ermida de Nossa Senhora do Monte na sua feição primitiva era das mais antigas de Lisboa, pois foi fundada no próprio ano da tomada de Lisboa e consagrada a S. Gens, bispo de Lisboa que fora neste lugar martirizado, segundo tradições” (Norberto de Araújo, Peregrinações vol.VIII).

Beco do Surra (freg. Santo Estevão): Já aparece mencionado nas descrições paroquiais da Lisboa antes do terramoto, na freguesia de "São Estêvão de Alfama". No entanto, pode ser ainda mais antigo, já que em Alfama era comum a actividade dos  artífices de curtir peles (surradores), supondo-se que existiriam neste arruamento.
Boqueirão da Ponte da Lama (freg. Santo Estevão):
Arruamento muito antigo, para o qual não existem registos de oficialização, foi buscar a sua identidade às disposições dos terrenos ou às circunstâncias naturais. Um boqueirão era uma rua, viela ou travessa, virada ao mar ou ao rio.
Beco dos Três Engenhos (freg. Socorro):
Topónimo de origem desconhecida.


 
Praceta do Chinquilho (freg. Ajuda): A Junta de Freguesia de Alcântara solicitou à CML a atribuição de nomenclatura própria à praceta situada nas traseiras da Rua Diogo Cão. Atendendo ao facto de esta praceta dar acesso exclusivo às instalações do Grupo Sport Chinquilho Junqueirense e Giestal, tomou a denominação desta popular colectividade do bairro por edital de 11 de Novembro de 1983. 


 
Beco dos Ramos (freg. Santo Estevão): Este arruamento tem a primeira referência numa planta de 1770. No entanto, esta freguesia foi criada em 1295 pelo rei D. Dinis e a denominação do Beco pode ser dessa época, conduzindo aos postigos do Ramoso, do Lapa e da Pólvora que já no século XIV se abriam na Cerca Fernandina para serviço dos moradores locais.

Beco do Quebra Costas (freg. Sé): É um arruamento antiquíssimo, com várias designações: "beco q atraveça p.las costas da see" (1565), "calçada detrás dos Paços do s.or Arcebispo" (1651), "calçada detrás da Sé" (1652), "calçadinha da Costa (adiante das Cruzes da Sé)" (1727), "travessa do Quebra Costas" (1801) e "beco do Quebra Costas" (1823). O montante superior do arruamento, ligando à Rua do Barão, foi aberto após o terramoto de 1344.

 

 


 
Beco do Penabuquel (freg.  Santo Estevão): Topónimo de origem desconhecida.
Escadinhas do Arco de Dona Rosa (freg.  Santo Estevão):
Nestas escadinhas situava-se a casa de uma tal "Dona Rosa". Esta casa tinha uma capela toda revestida de magníficos silhares altos de azulejos. Morta Dona Rosa, os herdeiros venderam o prédio em 1882, tendo a capela sido transformada em armazém de linho. Em 1889 passou a ser taberna. A identidade da "Dona Rosa" permanece ainda desconhecida.

 
Rua Francisco Stromp (freg. Lumiar): Francisco Stromp (1892-1930) ingressou no Sporting em 1906, sendo um dos seus fundadores e tornando-se assim um símbolo do sportinguismo.
Praticou ténis, críquete, atletismo e futebol. No futebol fez parte da equipa principal de 1908 a 1924, tendo desempenhado o cargo de capitão durante vários anos. Participou ao todo em 107 jogos de 1ª. categoria, ocupando os lugares de médio-direito e de avançado-centro. Foi, ainda, campeão de Portugal em Futebol, em 1922/1923 e por dez vezes membro da Direcção do Sporting como Vogal e Vice-Presidente.

 
Calçada do Tijolo (freg. Santa Catarina): No tempo do "Livro das Grandezas de Lisboa" (1620) havia na cidade "40 "calçadores de calçadas. Occupavam-se estes exclusivamente na calcetagem granítica, ou tratavam também do pavez de tijjolo. Contavam-se então em Lisboa 16 fornos de tijolo e telha. Como quer que seja, o pavez de tijjolo ou ladrilho viveu em Lisboa séculos a par do rude pavez granítico.”
Calçada do Cascão (freg. Santo Estevão):
Foi a Travessa que ia da Porta da Cruz para o Campo de Santa Clara (1565) e foi também a Rua de Álvaro do Avelar (1598), o qual possuía nesta rua várias casas que foram herdadas por sua filha Violante de Aguiar, casada com o tratador de mercadorias João de Cascão. Este originou o nome da artéria que, em 1625, já se denominava Rua de João de Cascão. Mais tarde veio a ser Travessa de João de Cascão (1831 ) e finalmente, Calçada.
Nas casas que foram de Álvaro de Avelar, instalou-se a partir de 1854 uma fábrica de botões (a Fábrica Schalck), razão para que os moradores a designassem no início do século XX como Calçada dos Botões.

Cunhal das Bolas (freg.  Santa Catarina):
"Eis uma curiosidade da Lisboa de seiscentos no Bairro Alto: estes enigmáticos cunhais, cada um na sua esquina do edifício. Ambos são coroados por cornija, devendo primitivamente terminar nela a altura da casa. São revestidos de meias esferas em relevo que uma tradição fantasiosa diz terem sido de ouro, o que leva a admitir a hipótese de terem recebido patina de cor amarela. Uma outra lenda diz que a casa, na sua origem mais remota, fora erigida por um judeu rico que assim nos cunhais de relevo quisera imitar a Casa dos Bicos à Ribeira Velha.” (Norberto de Araújo, "Peregrinações de Lés a Lés" vol.VI)

Largo do Cabeço de Bola (freg. Anjos): O Largo do Cabeço de Bola terá sido “Largo do Cabeça de Bola”, alcunha de Belchior de Oliveira que aparece em 1644 como padrinho dum baptismo efectuado na Igreja dos Anjos. Herdou a alcunha um seu filho que a transmitiu a uma horta sua propriedade de onde passou às vizinhanças. Em 1724 dizia-se que alguém era “morador à Cabeça de Bola”, e o Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, de 1858, assinala a existência do largo, mas também de uma azinhaga e de um quartel com o nome de Cabeço da Bola.



 
(no Largo do Terreirinho morava a minha Avó...)
Rua da Bica do Sapato (freg. Santa Engrácia): Deriva seu nome de uma bica ou fonte que datava de 1674, em 1853 substituida por um Chafariz nº 21, desaparecido também.
Travessa do Marta Pinto (freg.  Santa Maria de Belém): A designação mais antiga deste arruamento foi "Travessa da Mercearia", por estar paredes-meias com a Mercearia de Cima, instituída pela rainha D. Catarina, viúva de D. João III. Depois denominou-se "Travessa da Horta" e também "Travessa do Padre José da Silva". Após edificação da Ermida de Nossa Senhora da Conceição passou a ser conhecida como "Travessa da Ermida". Mais tarde tomou o nome de "Mata Pintos" (1858 a 1899) e finalmente fixou-se como "Travessa do Marta Pinto", provavelmente por lá ter morado um músico chamado Valentim Marta Pinto.
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