As credenciais do Arquiteto M.J. Norte Júnior (1878-1962) falam por si: Casa de Malhoa (P.Valmor 1905), Av. República 36 (M.H.Valmor 1908), Villa Sousa (P.Valmor 1912), Pr. Duque de Saldanha 12 (M.H.Valmor 1912), Av. F.Pereira de Melo 28 (P.Valmor 1914), Av. Liberdade 206 (P.Valmor 1915), Palace Hotel da Curia (1926), Pensão Tivoli (P.Valmor 1927), Café Nicola (1929), ...
Mas, nesta genial obra de 1926 para os Estabelecimentos Ramiro Leão no Chiado, o Mestre parecia distraído. Esta esquadria "não tem ponta por onde se pegue"...
Talvez haja uma explicação, talvez alguém a forneça.
O edifício tem, aliás, uma história mais antiga e identicamente curiosa:
O estabelecimento comercial foi fundado em 1888 pelos irmãos António e Ramiro Leão; na parede que envolve a escada foram executadas pinturas murais da autoria de João Vaz, figurando o Palácio de Queluz, a Boca do Inferno, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e a Basílica da Estrela; bem como um vitral ao estilo Arte-Nova com motivos vegetalistas e animais (que ainda lá está).
Contava também com um elevador no mesmo estilo e com pinturas a óleo no tecto realizadas por alunos da Escola Afonso Domingues com base em cartões de João Vaz.
O estabelecimento comercial foi fundado em 1888 pelos irmãos António e Ramiro Leão; na parede que envolve a escada foram executadas pinturas murais da autoria de João Vaz, figurando o Palácio de Queluz, a Boca do Inferno, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e a Basílica da Estrela; bem como um vitral ao estilo Arte-Nova com motivos vegetalistas e animais (que ainda lá está).
Contava também com um elevador no mesmo estilo e com pinturas a óleo no tecto realizadas por alunos da Escola Afonso Domingues com base em cartões de João Vaz.
Em 1926, um incêndio parcial determinou uma
campanha de obras efectuada sob a orientação do arquiteto Norte Júnior, responsável pela remodelação da
fachada e pela construção do torreão.
Com o correr dos tempos, Norte Júnior também mudou de profissão: inicialmente Architecto, passou em 1945 a Arquitecto (Acordo Ortográfico de 1945) e mais recentemente a Arquiteto (Acordo Horrorgráfico de 1990).
2 comments:
Provavelmente porque a Rua Garrett e a Rua Paiva de Andrade, que desemboca naquele lado do Largo do Chiado, não formem um ângulo recto entre si, mas obtuso.
Uma visita ao Google Maps permite ver isso.
É uma boa hipótese, caro Ricardo. E se calhar foi essa a intenção.
Esse ângulo percebe-se perfeitamente no Google Earth e é de cerca de 100º.
A estranheza está no facto de as paredes mestras terem uma orientação e as paredes do torreão terem outra.
No Google Earth constata-se ainda outra curiosidade: o telhado está alinhado com o torreão (logo, também está desalinhado com as paredes mestras).
Aliás, tudo não passa de um preciosismo que decorre de uma constatação recente, a qual não vi documentada em lado nenhum.
Obrigado pelos seus comentários.
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