(bibl.)
Em 1727 já este palácio tinha sido construído a mando de D. José César de Meneses, principal da Sé de Lisboa. Após o terramoto de 1755, a Mitra aproveitou a oportunidade e adquiriu-o para residência de Verão dos patriarcas de Lisboa. Tinham bom gosto...
Em 1818 funcionava aqui o Seminário de São João Baptista. Mas, pouco depois, o palácio passa para a posse do negociante Manuel António da Fonseca (o "Montecristo"), que alterou e ampliou o edifício, criando a varanda que ainda hoje existe. De pouco lhe serviu, pois em 1865 D. Sebastião de Bourbon, neto de D. João VI, deitou-lhe a mão.
O tempo foi passando e, no final do séc. 19, o banqueiro Henrique Burnay fez-se dono do edifício. Este 1º conde de Burnay, homem de fino gosto, empreendeu o enriquecimento artístico do palácio conforme projecto de Nicola Bigaglia. Os estuques foram elaborados por Rodrigues Pita, o tecto do teatro pintado por Ordoñez e a sala de jantar por José Malhoa.
Com a morte do conde de Burnay em 1909, terminou a idade de ouro do palácio e, após muitas vicissitudes, o recheio foi a leilão em 1934, sendo várias peças adquiridas pelo Museu Nacional de Arte Antiga.
Em 1940, o palácio é comprado pelo Ministério das Colónias. Após muitas andanças e mudanças que se prolongaram por mais de 30 anos, o pavimento térreo foi ocupado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e o andar nobre pelo Instituto de Investigação Científica Tropical. Em 1977 foram construídas as duas torres envidraçadas nos pátios das alas laterais, bem como um corpo novo adossado à ala Este.
Após ainda mais obras e ampliações diversas , o Palácio Burnay chega aos nossos dias no estado em que se apresenta. D. José César de Meneses ainda o reconheceria?
Entremos, pois...
o magnífico tecto em "trompe l'oeil"
Jardim de Inverno
detalhe da decoração original
Biblioteca
detalhe da decoração original
primitiva Sala de Música
o Teatrinho
Jardim
3 comments:
Que pena não teres divulgado estas fotos deliciosas há uns 3 ou 4 anos... Ou eu ser tão idiota - o que também é uma pena...
Realizaram-se numa sala dum anexo ao Palácio, perto do Jardim, a 2ª e 3ª edições do Curso Sénior da Universidade Técnica de Lisboa (http://www.isa.utl.pt/home/node/5012), em 2011/13 e 2012/14, a cuja Comissão Organizadora e, depois, Coordenadora pertenci, e onde dava as 4 primeiras aulas. O horário era péssimo (18H às 20H) e muitas vezes tinha aulas no Taguspark até às 17H30, pelo que chegava mesmo à hora.
E agora enches-me de raiva por não ter arranjado tempo para visitar o Palácio com atenção. Até porque calculo que, depois da fusão, andará a ter obras de restauro (que já tinham aliás começado numa zona exterior, perto do jardim) para ser vendido - a algum chinês ou angolano, imagino... Banqueiro, talvez...
Entretanto, o curso referido, depois da fusão, deu origem a isto, que não sei onde se realiza (pois começou depois de me ter reformado): http://www.ulisboa.pt/home-page/estudar/formacao-ao-longo-da-vida/formacao-universitaria-para-seniores-2/
Artur, provavelmente ainda vais a tempo de visitar o Palácio. Como podes verificar pelas marcas-de-água nas imagens, algumas das fotos são já deste ano...
Boa tarde.
Ao que julgo saber este palácio ou está nas mãos da Universidade de Lis boa e é usado pela Junta de Freguesia de Alcãntara ou foi dado à junta mas penso que seja a 1ª hipótese. A junta quis este ano de 2014/2015 realizar lá as aulas da Universidade de Alcântara Senior e os utentes não quiseram pois ficava um pouco longe da sede da junta. Muito obrigado. Ernesto
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