Segundo a reorganização administrativa que se aproxima, as Freguesias de São José [9c], São Mamede [9a] e Coração de Jesus [9b] ir-se-ão fundir numa só. Será a nova Mega-Freguesia de Santo António.
Ainda conseguem identificar-se 17 Aldeias Alfacinhas nesta área, algumas em muito mau estado, outras orgulhosas da sua tradição.
Pátio do Alfaia ; Pátio do Alto de S. Francisco ; Vila do Alto Mearim ; Pátio do Bagatela ; Pátio do Daniel ; Pátio da Editorial Minerva ; Pátio do Ferrador ; Pátio do Ferreira ; Vila Ferreira ; Pátio José Alves ; Pátio do Leal ; Vila Martel ; Pátio do Monteiro ; Pátio Santos ; Pátio Sem Nome ; Pátio do Tronco ; Pátio do Vilas
A lista está quase completa, salvo alguns impedimentos que seguramente virão a ser ultrapassados.
Pátio do Alfaia (@ Rua de São Bento) [09a040]
Pátio do Alto de S. Francisco (@ Rua João Penha) [09a080]
Só quando entramos no Pátio do Alto de São Francisco é que percebemos que, afinal, é um sítio que conhecemos bem. Afinal de contas, há 40 anos já lá íamos a um bar chamado "O Procópio". Que ainda lá está.
Mas o Pátio tem mais para mostrar...
Vila do Alto Mearim (@ Rua do Salitre) [09b010]
O que era uma bonita Vila com um bonito nome, agora é um bonito Condomínio Privado. Enfim, não se perdeu tudo...
Pátio do Bagatela (@ Rua Artilharia Um) [09a020]
O Pátio do Bagatela agora chama-se "Pátio Bagatela". Onde dantes havia casas e vendas agora há condomínios e restaurantes. Praticamente nada ficou para recordar o pátio de outrora. Fica aqui o relato e a memória.
O Pátio do Bagatela no tempo da Outra Senhora:
Pátio do Daniel (@ Rua de São Bento) [09a060]
Este Pátio morreu. R.I.P.
Pátio da Editorial Minerva (@ Rua da Alegria) [09c030]
"Pátio? Isto aqui não é um pátio, é um local de trabalho", retorquiu secamente a Senhora que por ali estava fumando e cavaqueando com os colegas, quando lhe perguntei o nome daquele Pátio.
Numa só frase, tão simples, extraí uma enorme quantidade de informação: (1) um local de trabalho não pode ser um Pátio, mas pode albergar quem não estiver trabalhando; (2) a Senhora não era Alfacinha, ou já se esquecera da proverbial amabilidade dos Alfacinhas; (3) a Senhora não faz ideia do que é um Pátio ; (4) este local já era Pátio muito antes de a Senhora começar a faltar às aulas de educação cívica.
Enfim, rebaptiza-se o Pátio...
Pátio do Ferrador (@ Rua de São Bento) [09a050]
O velhíssimo Pátio do Ferrador está sempre fechado... e ninguém responde à campaínha.Não vai ser fácil...
O Pátio do Ferrador no tempo da Outra Senhora:
Pátio do Ferreira (@ Largo do Rato) [09a010]
A antiga fábrica da Papelaria Fernandes
O Pátio do Ferreira no tempo da Outra Senhora:
O lampadário já se foi há muito, mas o pé do candeeiro... ainda lá está !
Vila Ferreira (@ Calçada do Lavra) [09c010]
Uma vila pequenina, bonita, ... e seguramente muito barulhenta. Elevador para cima, elevador para baixo...
E os graffitti...
Pátio José Alves (@ Rua do Arco a São Mamede) [09a070]
Um pátio que nunca foi grande... e mesmo assim já só tem um morador.
Há muitos assim, moribundos.
O Pátio José Alves no tempo da Outra Senhora:
Pátio do Leal (@ Rua da Imprensa Nacional) [09a030]
O Pátio do Leal tem a duvidosa distinção de, até hoje, ter sido o único dos pátios visitados que não autorizou a fotografia. Porquê? "Porque não".
Além disso, está sempre fechado, é necessário tocar para entrar.
Talvez noutra ocasião...
Vila Martel (@ Rua das Taipas) [09c060]
Está-se bem...
... está-se muito mal !!
A Vila Martel no tempo da Outra Senhora:
Pátio do Monteiro (@ Travessa da Légua da Póvoa) [09a090]
Reza a história que foi este o maior pátio de Lisboa, albergando mais de uma centena de famílias. Entretanto, a sua vizinhança com o Pátio do Bagatela ditou o seu destino. O Pátio do Bagatela tornou-se Pátio Bagatela e o Pátio do Monteiro virou condomínio privado... para não mais do que 12 famílias.
O Pátio do Monteiro no tempo da Outra Senhora:
Pátio Santos (@ Rua da Conceição da Glória) [09c040]
Num prédio incógnito, um gato à espreita, uma porta insuspeita. Para lá da porta, uma escada que sobe e outra que desce. Nesta última, outra porta. Fechada.
Dizem que lá para dentro há um pátio com uma correnteza de casas e muitas flores. Ou havia. Dizem também que já só lá mora uma senhora. Que raramente está. E que às vezes passa pela taberna da esquina...
A Rua da Conceição da Glória é sempre a subir... não se passa por lá todos os dias...
Talvez um dia seja "o tal"...
Pátio sem nome (@ Rua do Arco a São Mamede) [09a065]
Pátio do Tronco (@ Rua das Portas de Santo Antão) [09c050]
Este Pátio ficou assim conhecido por aqui existir uma prisão onde os presos eram sentados em cadeiras e amarrados de costas a traves verticais.
Em 15 de Junho de 1552 (dia do Corpo de Deus), um jovem passeava entre o Rossio e as Portas de Santo Antão. Tinha regressado um ano antes de Ceuta, onde num combate com os Mouros perdera um olho. Subitamente repara numa briga e reconhece que envolvia dois amigos seus; imediatamente envolve-se na desordem e desfere uma espadeirada na nuca de Gonçalo Borges, um criado do Paço.
O jovem foi preso e levado para a Cadeia do Tronco onde permaneceu largos meses, apesar de ter sido perdoado pelo ofendido. Finalmente, foi libertado em 24 de Março de 1553 por carta régia que dizia "Mancebo pobre que me vai este ano servir à Índia". Assim, apesar do perdão real, Luís Vaz de Camões, o génio que viria a escrever a grande obra épica "Os Lusíadas", foi forçado a seguir como soldado raso para o Oriente.
O Pátio ficou célebre por esta ocorrência, documentada em 1992 pelo painel de azulejos de Leonel Moura, única coisa que há para ver.
Em 15 de Junho de 1552 (dia do Corpo de Deus), um jovem passeava entre o Rossio e as Portas de Santo Antão. Tinha regressado um ano antes de Ceuta, onde num combate com os Mouros perdera um olho. Subitamente repara numa briga e reconhece que envolvia dois amigos seus; imediatamente envolve-se na desordem e desfere uma espadeirada na nuca de Gonçalo Borges, um criado do Paço.
O jovem foi preso e levado para a Cadeia do Tronco onde permaneceu largos meses, apesar de ter sido perdoado pelo ofendido. Finalmente, foi libertado em 24 de Março de 1553 por carta régia que dizia "Mancebo pobre que me vai este ano servir à Índia". Assim, apesar do perdão real, Luís Vaz de Camões, o génio que viria a escrever a grande obra épica "Os Lusíadas", foi forçado a seguir como soldado raso para o Oriente.
O Pátio ficou célebre por esta ocorrência, documentada em 1992 pelo painel de azulejos de Leonel Moura, única coisa que há para ver.
Pátio do Vilas (@ Rua da Alegria) [09c020]
Confessa-se que não é de ânimo leve que se entra neste Pátio. Mesmo depois de saber que está completamente desabitado, nunca se sabe... Convém ter prudência...
Localização dos Pátios e Vilas da Mega-Freguesia de Santo António
Pode fazer zoom, arrastar o mapa ou clicar nos marcadores.
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