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24.1.14

Batem leve, levemente...

Rua da Penha de França

A minha avó morava num terceiro andar, ali para os lados da Graça. Terceiro esquerdo.
Naqueles tempos não existia video-porteiro. Nem sequer campaínha. Muito menos trinco eléctrico.


Rua d'O Século // Calçada da Ajuda

A campaínha de puxar e a fechadura individual eram para os palacetes. Nos prédios, havia os batentes de mãozinha.

Travessa dos Lagares

O marçano chegava cá abaixo com os ovos e os legumes do dia, e batia à porta. Terceiro andar? Três pancadas fortes e compassadas: Pum---Pum---Pum...
Mas não, isso era para o terceiro direito. Para o esquerdo faltava ainda bater cinco pancadas rápidas: pum.pum.pum.pum.pum...


Rua da Regueira // Ruas das Portas de Santo Antão

A minha avó assomava à janela para indagar quem vinha e ao que vinha. Depois dirigia-se ao átrio da escada e destrancava a porta lá de baixo: um arame ligado ao trinco que subia por dentro de um tubo de ferro até cá acima. Em cada andar tinha uma abertura com uma pega que se puxava para levantar a tranca lá em baixo.

O marçano entrava com as compras e ia subindo. E em cada átrio por onde passava ia encontrando uma vizinha ou duas que, alertadas pela barulheira do batente, vinham "pôr a vida em dia". Ali ninguém passava incógnito...


Travessa do Jasmim // Rua de São Mamede

Mais tarde, apareceram campaínhas, intercomunicadores, trincos eléctricos, elevadores.
E nunca mais nada foi como dantes...


Rua da Judiaria

Rua da Caridade // Rua da Conceição da Glória

Rua da Penha de França
 Rua da Escola Politécnica // Rua do Almada
 Rua de Caetano Palha // Rua do Olival
 Rua do Olival

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