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3.8.12

Cócó, os seus Amores e os seus Amigos


José Gregório da Rosa Araújo (1840-1893) era neto de Manuel José da Silva Araújo, combatente liberal e proprietário da Confeitaria Portuguesa, na rua de S. Nicolau, famosa pelos seus "cócós".
O Senhor Manuel Araújo era alcunhado "o Cócó" pelo facto de chamar à sua loja os rapazes que por ali passavam para lhes dar um rebuçado. "Um cócó", como ele dizia. Mais tarde este nome passou a nomear a gloriosa especialidade da casa – os célebres pastéis de ovos com finíssimo e gostosíssimo folhado, obra-prima da doçaria nacional.
José Gregório começou a trabalhar na confeitaria em 1853, como empregado, apenas com a instrução primária. Mais tarde viria a herdar a casa comercial e a alcunha que o acompanharia por toda a vida.


 
Entretanto já a política o prendera ao Centro regenerador. E gozando de uma popularidade que ia sempre aumentando, foi vereador da Câmara Municipal, depois seu Presidente, e também Deputado e Par do Reino; pertenceu a várias empresas, grémios e irmandades, fundou creches e subsidiou empresas teatrais, custeou edições literárias e foi em Lisboa o mais influente politico do seu tempo e um dedicado amigo da cidade. Atesta-o as suas acções na Câmara Municipal, de onde sobressaem a construção dos Bairros da Estefânia e Camões e principalmente a abertura da Avenida da Liberdade.
Contra o clamor da opinião popular que queria preservar o Passeio Público e subsidiando do seu bolso as despesas que as expropriações e demolições exigiam, Rosa Araújo levou a sua avante: "Eu tenho ainda algumas dezenas de contos, e então ter eu esse dinheiro é o mesmo que tê-lo o Município”.
 

E num belo dia dos finais de 1882, as grades do Passeio Público foram arrancadas. Nascera a Avenida.
 

Rosa Araújo faleceu em 26 de Janeiro de 1893. Pela Avenida da Liberdade, pejada de alfacinhas agradecidos, passou o cortejo fúnebre. Disseram os jornais da época que muitas lágrimas tinham corrido. Chorava-se um munícipe ilustre, uma alma sem mácula, um homem de incontestável merecimento, que morreu endividado depois de ter perdido a favor da causa pública a fortuna que seu pai amealhara ao balcão da confeitaria. Chorava-se o homem que tivera sempre a preocupação de defender e amparar as crianças, que passara os seus dias a servir desinteressadamente e com grande entusiasmo o seu ideal politico e principalmente a sua querida Lisboa.
 

A confeitaria lá continuou a fazer o seu negócio e a vender os seus inimitáveis "cócós". Em 1938 fechou as suas portas; contava 105 anos de idade.

Pinheiro Chagas
Simon Bolivar
António Feliciano de Castilho e Oliveira Martins
Almeida Garrett e Alexandre Herculano
 Rio Tejo. Esta estátua (e a do Rio Douro, do outro lado da rua) faziam parte do original Chafariz de Santana, nunca instalado. O corpo central desse chafariz está actualmente no Largo do Mastro.


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